Abril 1974. Israel de apos a guerra do Yom Kipur ainda não voltou a rotina.
A fronteira Síria não acalmou e canhoneio esporádicos era parte do
dia a dia.
Eu havia chegado a Israel ha pouco mais de um ano, e agora depois
de um semestre numa academia de estudos judaicos, começarem meus estudos na
Universidade Bar-Ilan.
Entre os anúncios no mural da associação estudantil, vejo um
anuncio interessante: Procuram-se voluntários para dirigir a cerimônia do Seder
Pessach em bases militares.
Aos interessados entrar em contato com o Rabinato militar e
receber informações e instruções.
Achei que isto seria uma ótima oportunidade de estar no Seder com
meus irmãos Efraim e Sergio (meus pais ainda não estavam em Israel).
Fui à entrevista no rabinato militar, e minha única exigência foi
trazer meus irmãos para o Seder comigo. Fui aceito imediatamente.
Chegamos ao local de encontro já na sexta feira, pois o Seder
seria no Sábado à noite. Enfim, três dias juntos e sem preocupações... Maravilha|
Já no local de encontro, na Galileia, nos informaram que nossa destinação
era uma unidade regular de Artilharia no Golan.
Chegamos à base desta unidade em jipe, passando por caminhos de terra
onde as carrocerias queimadas de tanques, carros e caminhões testemunhavam as
batalhas ali sucedidas.
Já na nossa chegada perguntaram se éramos irmãos, e devido à
resposta positiva, nos informaram que de acordo com o regulamento militar,
sendo irmãos, não poderia estar junto no mesmo local.
Cada um de nos foi levado à outra subunidade.
Posso afirmar que
apesar da decepção de não estarmos juntos, a nova situação resultou mais dois
dirigentes de Seder.
Isto foi muito importante para uma unidade que haviam perdido
muitos dos seus soldados na guerra, e necessitava de um grande apoio moral.
O Seder foi animadíssimo, apesar do canhoneio incessavel, e do
perigo constante (não havia nem mesmo abrigo).
A experiência de dirigir um seder pela primeira vez foi magnífica,
especialmente em tais condições.
Este foi meu primeiro contato com o Exercito de Defesa de Israel,
e também meus primeiros passos no Golan, que seis anos mais tarde viria
tornar-se minha casa.
Quanto aos meus irmãos, imagino que poucos passaram uma experiência
dessas.
Eliezer Rushansky
Guia de Turismo em Israel
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